domingo, 25 de outubro de 2009

Pipoca Combo: "Garota Infernal" - Crítica (Por Matusael Ramos)

Se vc estava ansioso pra assistir o filme, desista!

Se a garota mais sexy do colégio se aproximar de você, desconfie.
Se ela te fizer um convite, recuse.
Se ela insistir, corra.
Em Garota Infernal (Jennifer’s Body), que estreia por aqui esse final de semana, Megan Fox é ninguém menos que a própria encarnação do Tinhoso. Vai encarar?

Garota Infernal
por Matusael Ramos

A personificação do mal, na figura de um inocente, sempre foi tomada pelo cinema como uma premissa eficaz na criação de vilões, alguns um tanto inusitados e – justamente por isso – assustadores. Afinal de contas, quem não se lembra do pequeno Damien, o anticristo encarnado do clássico A Profecia? Ou do distinto executivo interpretado por Al Pacino em Advogado do Diabo? Essa ideia, entretanto, parece não funcionar muito bem em Garota Infernal, uma das estreias mais aguardadas do ano.

Megan Fox, em seu primeiro papel como protagonista, interpreta Jennifer Check, uma cheerleader típica, detentora de todas aquelas características inerentes ao gênero: beleza, futilidade e inconsequência. Em contrapartida, está sua melhor amiga, a nerd Needy, papel que coube a Amanda Seyfried – a insossa loirinha de Mamma Mia!. A história tem início quando as duas amigas vão a um show de rock que acaba em tragédia: o local se incendeia e Jennifer, interessada pelo vocalista da banda, aproveita a deixa (!) para sair com ele. A partir daí, Jennifer passa a comportar-se de modo estranho. Ela começa a seduzir e matar os garotos de sua escola, beber o seu sangue e outras sutilezas mais. Assim que descobre, Needy tenta encontrar um meio de ajudar a amiga, ao mesmo tempo em que tenta proteger o próprio namorado de suas garras.

Anunciado como um misto de comédia e terror sobrenatural, a conclusão a que se chega após assistir à Garota Infernal é que lhe falta tanto de um gênero quanto do outro. Não há grandes momentos e os lugares-comuns predominam. As cenas mais expressivas se devem quase que exclusivamente à sensualidade impregnada à imagem de Megan Fox, que, convenhamos (e não poderia deixar de ser), está significantemente melhor que na franquia que a tornou famosa, Transformes. Sensualidade essa que pode frustrar os fãs mais afoitos, já que cenas mais picantes da atriz que circularam pela internet foram retiradas do longa. Os pontos altos nesse sentido se resumem a um beijo homossexual e uma briga usando roupa íntima.

O roteiro, que ficou a cargo de Diablo Cody, vencedora do Oscar por Juno, não é de todo ruim: simples e narrado em primeira pessoa, dispensa o intrincado e desnecessário cruzamento de informações cada vez mais recorrente em se tratando de filmes de terror. Cody aliás, parece não ter perdido tempo e um romance baseado no longa já pode ser encontrado nas livrarias.

Um acerto inegável da diretora Karyn Kusama foi a seleção musical, que inclui Panic! At The Disco e Florence + The Machine, além de outros nomes populares entre o público alvo. Ainda assim faltam ingredientes em Garota Infernal que só a presença de Megan Fox não pode suprir. No final das contas, salpicaram pimenta e acabaram se esquecendo do sal.

DE 1 A 10, SEGUNDO O PIPOCA COMBO, O FILME MERECEU 6

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