terça-feira, 22 de dezembro de 2009

CÍRCULO INSTÁVEL – PRÓLOGO

PRÓLOGO

CHAMA EXTINTA

Marcelo corria pela floresta desesperadamente. A imensa elevação geográfica no campus era o seu destino. Tudo estava escuro, a única luz que iluminava o jovem e as árvores baixas ao seu redor era a luz da lua cheia. A enorme rocha escarpada se elevava com um caminho em espiral na sua face que o garoto subiria até chegar ao seu topo, de onde ele havia ouvido um grito de agonia. Um grito que foi sumindo aos poucos, como uma música que ia tendo seu volume diminuído.

Quando ele chegou à base do seu pequeno penhasco, encontrou aquelas pessoas com quem ele havia marcado. O grupo de jovens se deparou com uma massa estranha no chão. A luz prateada se misturava ao sangue que escorria do corpo inerte da garota. Os amigos estremeceram ao chegar naquele lugar. Alguns até soltaram um grito de pavor. Marcelo ficou atônito por um bom momento, sem conseguir se mover, sem acreditar. A garota de pele morena parecia estar toda quebrada, como se seu corpo fosse feito de vidro. Parecia que se alguém lhe tocasse, ela ia ser destruída. A sua boca ainda estava aberta, demonstrando que aquele grito de agonia fora dela, e que agora fora silenciado. Marcelo não queria olhar, mas ao mesmo tempo tinha vontade de descobrir o que acontecera. Ele fitou aqueles olhos abertos e inexpressivos e percebeu que o brilho sarcástico que antes existia ali tinha se apagado. Para sempre.

Blog Widget by LinkWithin